segunda-feira, 21 de março de 2011

É da terra que eu gosto

É da terra que eu gosto

A conversa só podia ser de agricultura
ele, muito mais velho do que eu
de enxada na mão "a vida é dura"
era a herança que tinha dos pais.
Não tinha ido estudar

A conversa tinha um ponto em comum,
já ninguém quer trabalhar a terra.
Isto é só para os velhos
mas aqui houve discórdia

A conversa foi demorada
a conversa estava interessante
valia a pena ouvir,

Ouvia a sua voz,
a do grilo e a do melro preto
a rã também de vez em quanto meti-se

A conversa ia longa,
o interesse aumenta.
Ele sabe do que fala
da terra, só podia

A desertificação da freguesia foi um problema naquele tempo,
no presente, continua a criar problemas,
amanhã eles também terão, que lidar com ele,
é um cancro do meio rural

Tenho a esperança que amanhã
o galo cantará, o sol voltará a nascer.


(21 de Março de 2011 - dia mundial da poesia)

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