sábado, 19 de junho de 2010

A viabilidade do "novo" trigo...

A Fajã da Ovelha ao longo dos anos tem preenchido os seus campos de trigo e, tem contribuído com uma considerável produção de cereal para o consumo regional. O trigo foi importantíssimo para a economia família desta freguesia e ao longo dos anos os nossos agricultores mantiveram o seu cultivo. Hoje, com menos gente a trabalhar a terra também diminuiu a área cultivada.
A procura da qualidade e de um trigo que produzisse muito, sempre foi vontade dos nossos agricultores e ao longo dos anos foram deixando de semear variedades de trigo que não correspondiam a esse objectivo.
A associação de agricultores da Madeira e a Universidade da Madeira através do Germobanco agrícola procedeu a um levantamento das variedades cultivadas na região tendo algumas sido encontradas na Fajã da Ovelha. De facto, este foi um trabalho louvável e merece ser continuado em outras culturas.Durante o ano de 2010 foi entregue uma variedade de trigo, a alguns agricultores para que experimentassem nos seus terrenos a fim de ver a viabilidade produtiva na freguesia.
Temos acompanhado a evolução desta nova variedade de trigo na freguesia para perceber se esta variedade pode ser mais viável que, a que actualmente é cultivada na freguesia.
Embora, ainda seja cedo para falar em sucesso ou insucesso na introdução da nova variedade há aspectos, que já vão sendo conhecidos.
Actualmente, a área de produção na freguesia limita-se à Maloeira, Raposeira do Lugarinho, Raposeira do Serrado, Lombada dos Cedros e Lombada dos Marinheiros e a sementeira do cereal é feita em Janeiro e Fevereiro devido às condições climatéricas locais. Devido há altitude onde se encontram os terrenos onde é feita a sementeira tem por habito chover em Maio e Junho altura em que o trigo já se encontra em grande desenvolvimento e o grão quase formado. Isto torna a espiga pesada e trigo fica mais sensível ao vento e há chuva o que provoca a queda do trigo. É muito comum ouvir-se "o trigo caiu".
A variedade introduzida tem muita barba o que faz com que venha agravar a situação descrita. Ao chover, a espiga com barba faz com que a agua se prenda à espiga tornando-a mais pesada e aumenta o risco de queda do trigo. Quando o trigo cai o o grão fica falido. Ao longo dos anos os agricultores fajã-ovelhenses deixaram de produzir variedades de trigo que tinham barba por essa razão.
Atendendo, ao aspecto do trigo ter barba é um ponto negativo para o cultivo desta variedade nos locais que referimos, de qualquer modo vamos continuar a observar a evolução e a procurar descrever o que se vai constatando.

4 comentários:

Anónimo disse...

Tudo o que diz é verdade, mas há também um aspecto que tem de ter em conta, que é o facto de nem todos os anos as condições climatéricas serem iguais.
Este ano por exemplo Junho foi 1 mês seco (sem chuvas) por isso as "barbas" do trigo não vão ter tendencias para ficar "pesadas" e o grão de trigo falido.
Vamos aguardar e esperar que seja um excelente ano de trigo!
MFCC

Eleutério Sousa disse...

A nossa freguesia tem excelentes condições para agricultura, mas claro, com tecnologia moderna...
Além do trigo não há semilhas como as daí, cenora, beterraba, a uva de mesa e o vinho da fajã pereira... Pena que a incúria e o despovoamento tenha reduzido a quase zero a agricultura local. O Brasil é forte porque tem uma agricultura dinâmica. Urge refazer toda a agricultura para não deixar escapar a população. O estrangeiro nuna será a nossa terra a não ser que ela nos seja madrasta.

Anónimo disse...

Gostei da fotografia, esta imagem do trigo com a casa do tio por de tras é extraordinária. Mais vale uma imagem que mil palavras. Gostei.

Achada disse...

Casa do tio? hum, eu sei onde fica o local da fotografia.Isso é logo a seguir ao bar Moinho,na Maloeira. Casa da família dos "Sequeiritas"
O tempo de Junho foi bom para o trigo, pois choveu pouco, mas a pouca chuva que deu foi suficiente para que este trigo de "barbas" cai-se e o "nosso" trigo se mantive-se de pé e com a espiga cheia.
Um coisa contra esse trigo é o incomodo que a "saruga" ira provocar na altura da debulha.