
"Em último caso, a situação só será resolvida em tribunal", avisou, ontem, Hélder Spínola.
O líder nacional da associação ambientalista Quercus participou, ontem, numa mesa redonda intitulada 'Salvar o Rabaçal do Teleférico' - uma iniciativa organizada pelo BE-M -, ocasião em que alertou para a existência de vários constrangimentos legislativos ao desenvolvimento de projectos como o teleférico do Rabaçal.
"No que diz respeito à Quercus e às outras associações ambientalistas tudo será feito para que essa obra não avance", declarou Hélder Spínola.
Os ambientalistas socorrem-se do facto de o Plano de Ordenamento do Território da Região Autónoma da Madeira (POTRAM) considerar o Rabaçal como zona de uso interdito e da área ser reserva biogenética do Conselho da Europa.
Uma decisão política O líder da Quercus lembrou ainda que o Rabaçal está integrado no Parque Natural da Madeira (PNM) como área de repouso e de silêncio, pertence à Rede Natura 2000 e é património mundial e natural da UNESCO. Aos argumentos para o 'não ao teleférico', junta-se ainda o parecer negativo do Parque Natural da Madeira (PNM).
"Esperemos que o sr. secretário regional [Manuel António Correia] perceba que aquele investimento desvaloriza o Rabaçal", frisou Hélder Spínola.
O ambientalista alerta para a necessidade de preservação de algumas espécies consideradas prioritárias e dos valores naturais e patrimoniais da Madeira, considerando que a construção do teleférico em nada beneficia o turismo e a economia regional.
"A partir do momento em que o secretário regional do Ambiente autoriza uma obra com parecer negativo do PNM, estamos a falar de uma decisão que é acima de tudo política", criticou, ontem, Hélder Spínola.
Irreversível: Optimismo não é unânime entre ambientalistas
Professor e activista ambiental, Nélio de Sousa participou, ontem, na mesa redonda organizada pelo BE-M, na qualidade de cidadão preocupado com o património natural da Calheta. O professor assumiu-se bem menos optimista do que o líder nacional da Quercus, Hélder Spínola, ao considerar que o processo de construção do teleférico é irreversível.
"Pelo vistos, o projecto já estava adjudicado antes de se fazer o estudo de impacto ambiental, portanto é dado como irreversível", referiu Nélio de Sousa.
Apesar do empenho do Governo Regional em levar por adiante uma obra polémica, o activista natural da Calheta apela aos cidadãos para que não desistam de contestar a obra que vai destruir "um dos locais mais bonitos da Madeira".
Durante a iniciativa do Bloco de Esquerda (BE), Nélio de Sousa considerou que o teleférico não constitui uma mais-valia para a Madeira.
"Do ponto de vista ambiental, há constrangimentos e, do ponto de vista turístico, cria uma má imagem da Madeira na forma de tratar o seu património natural", criticou o activista ambiental.
No entender de Nélio de Sousa, o teleférico do Rabaçal pode vir a contribuir no futuro para o afastamento dos "turistas que realmente interessam à Madeira".
Fonte: Diário de Noticias
1 comentário:
Faço votos para que o pessimismo do Nélio Sousa não se concretize.
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