Hotel de Berardo na Fajã da Ovelha

'Cinco estrelas' na Calheta à maneira de Berardo
Câmara analisa plano de Berardo que inclui hotel, 70 villas e 70 moradias
Data: 13-06-2008

Depois da 'Casa das Mudas', pode-se dizer que o comendador Joe Berardo parece ter tomado o gosto à Calheta e prepara-se para construir um hotel de cinco estrelas na pitoresca Fajã da Ovelha. Um grande complexo turístico que engloba hotel, villas e moradias, com um conceito inovador de turismo virado para a ecologia e agricultura.

O empresário confirma ao DIÁRIO os planos de investimento para a Calheta e anuncia que quer inaugurar um novo conceito de hotelaria na Madeira associado ao turismo ecológico e agrícola, com a assinatura do arquitecto Paulo David.

Num pré-plano entregue na Câmara Municipal da Calheta, o empresário, em parceria com outros investidores locais e não só, perspectiva construir um hotel de cinco estrelas e um complexo de várias moradias particulares, servidas de jardim e horta. É a aposta num segmento de mercado turístico 'hotel-casa-jardim e horta', numa zona rural que tem vindo a ganhar as preferências de alguns madeirenses no sentido de aí escolherem as suas casas de campo.

O promotor não quer avançar com datas de execução nem com valores globais do negócio. É prematuro, explica. Mas revela que quer imprimir ao novo investimento a qualidade arquitectónica do Centro das Artes Contemporânea-Casa das Mudas, tendo inclusivamente confiado o projecto ao mesmo arquitecto, Paulo David.

A sociedade promotora do investimento dá pelo nome de 'Exploração Turística da Fajã da Pedra', S.A. e foi constituída em Maio de 2002, segundo dados do Jornal Oficial da RAM, tem por "objecto a aquisição, construção e exploração de unidades hoteleiras e de similares, loteamentos, prática de golfe, aquisição e revenda dos adquiridos para esse fim." Joe Berardo preside ao conselho de administração e são vogais Adelino do Sacramento Jardim e Sebastião Orlando da Silva Ornelas.

A escolha do local implica também alguns condicionamentos legais que estão a ser ponderados, vide peça no rodapé da página. À luz do Plano Director Municipal, que está suspenso, a construção de empreendimentos turísticos na zona não é para já aceitável porque se trata de uma zona agrícola. No entanto, como está a ser elaborado um novo Plano, tudo indica que a viabilização do projecto possa vir a ser uma realidade.

De zona agrícola a turística

Recorde-se que o DIÁRIO tem dado notícia, em edições anteriores, da construção de algumas moradias particulares na Fajã da Pedra, apesar de o anterior PDM classificar a zona de agrícola. Aspectos que serão alterados com a feitura do novo PDM, em curso. A sociedade empresarial que está a dinamizar este plano de intenções pretende tirar partido da grande procura que é hoje visível no mundo do turismo da vertente natural. A valorização hoteleira do ambiente já não é uma perspectiva nova, mas o binómio turismo-agricultura é uma oferta hoteleira nova.

Aquisição de terrenos

Antes da entrega do projecto de intenções junto da Câmara Municipal da Calheta, decorreu uma fase de aquisição de terrenos aos proprietários da Fajã da Pedra, sobretudo conduzida por Adelino do Sacramento Jardim, figura bem conhecida da freguesia da Fajã da Ovelha.Grande parte das fracções foram adquiridas pelos particulares por usucapião - uma vez que não havia registos oficiais de propriedade - que as alienaram depois à 'Exploração Turística Fajã da Pedra' para a viabilização do futuro empreendimento.

Baeta pede plano de pormenor
O terreno tem 170 mil metros quadrados mas a área de construção é 42 mil
Data: 13-06-2008
O projecto de investimento de Joe Berardo e sócios está a ser apreciado no departamento de obras particulares da Câmara Municipal da Calheta. O presidente mostra-se receptivo ao investimento privado mas pediu parecer ao Governo Regional e aguarda que o promotor apresente um plano de pormenor ou de urbanização para a zona.

Manuel Baeta explica ao DIÁRIO que lhe foi "entregue um plano de intenções para a construção de um investimento turístico na Fajã da Ovelha, mais precisamente no sítio da Fajã da Pedra, composto por um hotel, com um índice de construção 0.5 e uma área de mais de dez mil metros quadrados, 70 villas, com 5.400 m2, e 70 moradias, de 4161 m2 (média de construção individual de 200m2). Trata-se, pois, de um investimento de grande dimensão, embora com perspectivas de bom enquadramento na paisagem, já que o arquitecto Paulo David coordena os trabalhos.

Explica o autarca que, à luz do Plano Director Municipal que foi suspenso, a Fajã da Pedra não se propicia a construções turísticas. Por isso, foi solicitado parecer à Secretaria Regional do Turismo e Transportes e terá o promotor que apresentar um plano de urbanização ou de pormenor para a Fajã da Pedra a sujeitar à discussão pública e votação final pela assembleia municipal. Só assim, o novo investimento poderá ter 'pernas para andar', explica o presidente.

Fonte: Dn Madeira