segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Carrinhas da Empresa de Electricidade transportam eleitores na Calheta

No concelho da Calheta carrinhas da Empresa de Electricidade da Madeira estão a fazer transporte de eleitores para as urnas.

Na ronda pelas freguesias o DIÁRIO testemunhou o presidente da Junta de Freguesia da Fajã da Ovelha, que seguia na frente de uma viatura da Empresa de Electricidade da Madeira, acompanhado de quatro eleitores. Incomodado com a presença do DIÁRIO, José Luís Gouveia, advertiu para que não lhe fossem tiradas fotografias e dirigiu-se com os quatro eleitores para a assembleia de voto localizada no edifício da Junta de Freguesia. Às 10h30 apenas 27 pessoas tinham exercido o seu direito de voto nesta mesa de voto uma situação anormal justificada pelo facto de não ter havido missa, Nas mesas de voto os delegados esperam maior afluência depois da hora de almoço.

No Estreito da Calheta há também a resgistar uma queixa do CDS/PP, que acusou o Presidente da Junta de Freguesia local, Luís Jardim, de permanecer na Assembleia de voto.

Fonte: Diário de Noticias

1 comentário:

Fajã da Ovelha disse...

O que foi escrito no DN Lisboa

"“Combinei com o regedor da freguesia para me ir buscar para dar o meu voto ao Alberto João.” Maria Cristina de Sousa, 84 anos, é uma das pessoas transportadas pela carrinha Toyota Hilux de matrícula 45-LI-01 da Empresa de Electricidade da Madeira que está “de serviço” à mesa de voto da freguesia dos Prazeres, na Calheta. A conduzi-la está Élvio Caboz, 26 anos, funcionário da empresa municipal Empreendimentos Sol Calheta. “Soube que tinha de fazer isto na quinta-feira” explica, sem disfarçar algum embaraço. Que aumenta quando lhe é perguntado quanto recebe, e de quem, por este dia de trabalho que começou antes da abertura das urnas, quando foi buscar as chaves da carrinha aos bombeiros da Calheta. “Não sei quanto recebo. É uma boa pergunta, quem me vai pagar.” Não é, porém, a primeira vez. “Já em 2009 e nas últimas [as legislativas] fiz isto. Acho que me pagaram em dias, não tenho a certeza.” Como identifica as pessoas a transportar é outra questão complicada. “Normalmente faço transporte de idosos, conheço as pessoas, vou a casa delas.”

Durante o tempo -- quase duas horas – que o DN esteve junto à mesa de voto dos Prazeres, nenhuma das pessoas transportada pareceu incapaz de se locomover pelos próprios meios. Um idoso de bengala que foi levado a casa a partir da mesa de voto afirmou mesmo que vinha da missa, para onde se deslocara, desde casa, a pé. Maurício Vieira, o presidente da Junta, postado à porta do acesso à mesa de voto, situada no clube desportivo da localidade -- “Tenho pouco tempo por ter de ir para dentro [para a mesa de voto], estou aqui como delegado do partido [o PSD]” --, contradiz o motorista: “As pessoas pedem que vamos a casa delas. E temos este chofer que se voluntariou.” Perante a informação de que Élvio espera ser pago, recua: “Por mim não é de certeza. A gente não está aqui para influenciar o voto nem nada que se pareça. Quando as pessoas não podem andar eu transporto-as.” Então tem uma lista de pessoas a transportar? Sabe que vários partidos fizeram queixa desta situação à Comissão Nacional de Eleições? “Não. Só combinei com esta senhora [refere-se a Maria Cristina de Sousa]. E se os outros partidos estão a protestar, também podem fazer isto se quiserem.”